sábado, 3 de novembro de 2012

Furia



Impressiona
o impressionismo
imponente do imponderavel
Instiga, intriga
mas nos deixa..
e volta
e vem
e domina
e nos guia.. até perdemo-nos
e tudo volta a ser o que nao era
o sonho e a ilusao quase irmas gêmeas
mas as ilusoes
deixam maculas
que formam nossas bandeiras

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Volver

Círculos virtuosos em sua vicitude...

É assim que renasce mais uma expectativa de colorir dias e dar brilho e sutileza a infinitude das madrugas.. simples, complexa, um claro paradoxo.

... o por do sol no oriente, as luzes do ocidente, os mares de Camões e as cartas de Marco Polo.. é encantador como pode estar tudo em um só local, em um só coração e no seu conjunto de fotos!

E é ainda mais paradoxal como a suave porcelana, esconde uma força que beira o atroz.. mas que não assusta.. é envolvente..

O desejo de perguntar, sobre os dias, noites, aromas, sabores, medo, risos, passado, futuro.. Mas não consigo encontrar, não consigo ouvir essa voz..

Porém, a cega certeza de que encontrarei, abre novamente o ciclo de um vicio virtuoso.. e o labirinto sem final, novamente leva as cores desse por-de-sol ficar em um sorriso próximo...
Virtual"mente"(?)

Ah se tocasse essas cores...

sábado, 7 de maio de 2011

Respeito

A que horas o sol vai brilhar?

No inverno fica tarde mais cedo, eu sei. O Sol se distancia, é necessária a dinâmica aniquiladora da fascista dicotomia linear.

Por que não suporto o frio, é que ainda não sei.

Trilhar o caminho com força em nossa humildade

"Nas garras da águia, nas asas da pomba, em poucas palavras, no silêncio total..."

Respeito, conquiste-o. Hobbes e seus lobos o cercam.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A Origem da Corrupção

(Texto de: Stephen Kanitz - O Blog do Stephen Kanitz)

O Brasil não é um país intrinsecamente corrupto.


Não existe nos genes brasileiros nada que nos predisponha à corrupção, algo herdado, por exemplo, de desterrados portugueses.

A Austrália que foi colônia penal do império britânico, não possui índices de corrupção superiores aos de outras nações, pelo contrário.

Nós brasileiros não somos nem mais nem menos corruptos que os japoneses, que a cada par de anos têm um ministro que renuncia diante de denúncias de corrupção.

Somos, sim, um país onde a corrupção, pública e privada, é detectada somente quando chega a milhões de dólares e porque um irmão, um genro, um jornalista ou alguém botou a boca no trombone, não por um processo sistemático de auditoria.

As nações com menor índice de corrupção são as que têm o maior número de auditores e fiscais formados e treinados.

A Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes.

Nos países efetivamente auditados, a corrupção é detectada no nascedouro ou quando ainda é pequena.

O Brasil, país com um dos mais elevados índices de corrupção, segundo o World Economic Forum, tem somente oito auditores por 100.000 habitantes, 12.800 auditores no total.

Se quisermos os mesmos níveis de lisura da Dinamarca e da Holanda precisaremos formar e treinar 160.000 auditores.

Simples. Uma das maiores universidades do Brasil possui hoje 62 professores de Economia, mas só um de auditoria.

Um único professor para formar os milhares de fiscais, auditores internos, auditores externos, conselheiros de tribunais de contas, fiscais do Banco Central, fiscais da CVM e analistas de controles internos que o Brasil precisa para combater a corrupção.

A principal função do auditor inclusive nem é a de fiscalizar depois do fato consumado, mas a de criar controles internos para que a fraude e a corrupção não possam sequer ser praticadas.

Durante os anos de ditadura, a auditoria foi literalmente desmontada pelos intelectuais que comandaram a nossa economia.

Como consequência, aqui temos doze economistas formados para cada auditor, enquanto nos Estados Unidos existem doze auditores para cada economista formado. E ninguém se toca ?

Para eliminar a corrupção teremos de redirecionar rapidamente as verbas de volta ao seu devido destino, para que sejamos uma nação que não precise depender de dedos duros ou genros que botam a boca no trombone, e sim de profissionais competentes com uma ética profissional elaborada.

Países avançados colocam seus auditores num pedestal de respeitabilidade e de reconhecimento público que garante a sua honestidade.

Na Inglaterra, instituíram o Chartered Accountant.

Nos Estados Unidos eles têm o Certified Public Accountant.

Uma mãe inglesa e americana sonha com um filho médico, advogado ou contador público.

No Brasil, o contador público foi substituído pelo engenheiro.

Bons salários e valorização social são os requisitos básicos para todo sistema funcionar, mas no Brasil estamos pagando e falando mal de nossos fiscais e auditores existentes e nem ao menos treinamos nossos futuros auditores.

Nos últimos nove anos, os salários de nossos auditores públicos e fiscais têm sido congelados e seus quadros, reduzidos - uma das razões do crescimento da corrupção.

Como o custo da auditoria é muito grande para ser pago pelo cidadão individualmente, essa é uma das poucas funções próprias do estado moderno.

Tanto a auditoria como a fiscalização, que vai dos alimentos e segurança de aviões até os direitos do consumidor e os direitos autorais.

O capitalismo remunera quem trabalha e ganha, mas não consegue remunerar quem impede o outro de ganhar roubando.

Há quem diga que não é papel do Estado produzir petróleo, mas ninguém discute que é sua função fiscalizar e punir quem mistura água ao álcool.

Não serão intervenções cirúrgicas (leia-se CPIs), nem remédios potentes (leia-se códigos de ética), que irão resolver o problema da corrupção no Brasil.

Precisamos da vigilância de um poderoso sistema imunológico que combata a infecção no nascedouro, como acontece nos países considerados honestos e auditados.

Portanto, o Brasil não é um país corrupto. É apenas um país pouco auditado.

Publicado na Revista Veja, edição 1600, ano 32, nº 22, de 2 de junho de 1999, página 21

quinta-feira, 31 de março de 2011

Ninguém precisa

(Texto de: Ailin Aleixo - Blog: A Mulher Honesta - Revista Alfa)


Ninguém precisa de interlocutor que fala cuspindo e termina a conversa com todos os seus perdigotos depositados sobre a cara alheia.
De quem tem certeza de que sua vida e predileções são o norte da civilização.

Da mistura de esnobismo e babaquice que resulta no diagnóstico: cerveja é bebida de pobre.

De sexo tântrico, pilha fraca no controle remoto, conversa de elevador, bafo matinal, ovo mexido seco.

De espertinho que anda pelo acostamento quando a estrada está cheia e ainda buzina pra abrir caminho.

Ninguém precisa de cidadão que maltrata garçom.

De gentinha preconceituosa, tão tacanha que desconhece que preconceito apenas denota ignorância e tosquice.

De quem frequentou a escola e, mesmo assim, escreve “agente fazemos”, “talves dá certo”, “derrepente”.

De seres que ouvem música, qualquer que seja, no volume máximo sem se dar conta que ouvido alheio não é pinico e que vizinhança não é palco.
De gente que vive de herança e jamais ouviu falar em trabalho.

Ninguém precisa de perua que gasta mil reais em um par de sapato mas acha demais dar dois reais para o moço que carrega suas compras no supermercado.

De pessoinhas que dizem que amar animais e defendê-los é atitude de quem não se importa com crianças abandonadas ou algo “mais importante”.

De homem que paga qualquer coisa—um drinque ou um colar de pérolas—para uma mulher e pensa que isso dá o direito de agarrá-la, afinal o “pedágio” foi quitado.

De quem palita os dentes à mesa—e fazendo barulho.

De botox.

De absorvente com estampa.

Mas para aguentar tudo isso, preciso de um drinque. Constantemente.

domingo, 6 de março de 2011

Páginas

As vezes é difícil olhar, porque a verdade é como um espelho..

Não sabia de onde vinha aquela voz aguda, se era conselho, ordem ou seja lá o for, só havia a consciência de que lhe encerrava. As tardes se abriam ásperas, e o escuro da solidão era seu único refugio. E mesmo assim, nao era um local seguro. O som, logo venceria ausência de luz.

A fuga, é algo que está presente em todos.

terça-feira, 1 de março de 2011

Risando


Minha neta já está com um vocabulário de tribuno, mas às vezes precisa improvisar. No outro dia me contou que tinha visto uma coisa engraçada na rua e disse:
_ Eu risei!
Não deixava de haver lógica no erro. Quem da risada, risa.
Você pode argumentar - se for um avô de fé - que rir e risar não é a mesma coisa. Nossa lexicógrafa precoce pode muito bem ter inaugurado um novo verbo, de grande utilidade na distinção entre dois tipos de reação. Pois não se ri e se risa das mesmas coisas.

Há o que é para rir e há o que é para risar. Rir pode ser um reflexo nervoso causado por alguém (o Kadafi) ou alguma coisa (a política brasileira), risar pode ser uma pura expressão de prazer.Você ri com ironia, ri com desdém ou ri para não chorar, mas risa com gosto, risa do que lhe diverte ou agrada. As razões para rir se multiplicam, as razões para rizar escasseiam. Mas espero que minha neta só encontre razões para risar nessa vida.

*Coluna de Luís Fernando Verissimo no Jornal Zero Hora em 28 de Fevereiro de 2011

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Correio Eletrônico 1990: "Ele funciona 24 horas por dia!"

Post muito bacana, do Blog do Tas mostrando como víamos a internet há 20 anos atrás.

Outro ponto (além do vídeo abaixo) que me chamou atenção e admiração no post do Marcelo Tas foi a frase: "(...)Para entendermos o presente, carece um mergulho no futuro do passado (...)"

Futuro do passado... bela expressão, e fundamental ação ao voltar ao passado.. Como diria um professor de economia brasileira (ele detesta que chamem a disciplina de história) "É fácil olhar de video-tape" (querendo explicar as diversas políticas econômicas, sobretudo na conturbada década de 1980, no qual ele pedia pra que nos colocássemos no lugar das autoridades econômicas, que não sabiam com exatidão o resultado final de suas ações).

E a diferença entre a frase do competente professor para o competente jornalista e apresentador é Vinicius de Moraes.. "As feias que me perdoem mas beleza é fundamental" (com a licença de tirar o advérbio de intensidade)

O vídeo sobre o futuro do passado:

sábado, 11 de dezembro de 2010

Passos...


Descreveu detalhadamente, os passos são incertos e diversos, e com um olhar longe se escondia atrás da fumaça... companheiro, inimigo. A tarde derrama um dourado sobre a mesa.

A dualidade de tudo que via, tornava um cético mas que sentia as luzes..um radical que esperava o perdão. Pensava na lua, e justamente, no lado que não se via, e associando isso a tudo inclusive a si. Poderia mostrar apenas o lado que brilha a todos, mas ele não conseguia se desvencilhar das amarras... Ele não mostrava o outro lado por opção como queria aceitar.. ele está condicionado.

Quando encontrou algo semelhante ao que procurava, tentou conquistar.. Mas a conquista era algo que ele não domava, e o que era simples, foi escorrendo entre seus dedos...seus dedos que tocaram devagar o que passou a desejar...Mas ele não podia expor sua nudez, pois as recordações ainda lhe consomem..

Após isso, muitos outros encontros chegaram, mas jamais tão perto... e o similar passou de uma mera fuga para um grande desejo.. passou de um alento a seu coração para um desejo de seu corpo.. de sua boca.. de sua barba por fazer.

Segue andando.. se entendendo com as feras nos covis, e o silencio que insiste atormentar sua duvida... “haverá tantos eldorados perdidos..” e o que lhe deixa vivo também é o que lhe desperta o furor e após horas de detalhes finalmente solta a voz: Você não se cansa?!

Um filme baseado em fatos reais


_Te juro, eu estava andando e veio uma luz verde muito forte, meu coração disparou, porque era duas da manhã, sozinho naquele escuro.. Sempre fui cético, mas depois disso senti a necessidade de me converter e aí eu....

(Relato de um pescador após ver uma estrela cadente depois de umas doses a mais)

Coisa que eu nunca vou entender é a famosa designação "filme baseado em fatos reais". Pra que falam isso? Passa-me a impressão que falam isso porque o filme quis retratar a realidade. Aí é documentário, não é filme baseado em fatos reais..

Isso me lembra até "jornalista baseado em fatos reais" (pra quem é viciado em futebol como eu, e le o blog de vários jornalistas, essa classe fica bem clara nos finais de ano, na época das especulações)
ou professor universitário baseado em fatos reais, como muuuitos da Universidade Federal do MS (e imagino q de todas Universidades Federais) que já encostaram "o boi na sombra".

Enfim, ou é real ou é fantasioso. Simples, prático, talvez maniqueista (quem mandou deixar o dicionário no banheiro... aprendi um monte de palavras..agora aguenta haha).